quinta-feira, 19 de maio de 2011

Dia de Educação Física para Pessoas com Deficiência Visual

No dia 9 de Maio o nosso grupo pôs em prática outra actividade.
Esta foi denominada de “Dia de Educação Física para Pessoas com Deficiência Visual”.
Tivemos o prazer de ter o professor Nuno Lemos, professor de Educação Física licenciado pelo ISEF e ex professor de alunos com necessidades especiais, presente, que presidiu a formação.
Os professores aderiram à nossa iniciativa e tivemos três turmas a participar, uma de 7º ano, uma de 9º ano e uma de 12º ano.
As actividades variaram bastante, mas apenas dentro da modalidade de atletismo, nomeadamente corrida e velocidade em pistas.
Para o efeito desejado nós elaboramos uns óculos, cujos impediam, parcialmente, a visão dos alunos. Esses óculos não eram mais que óculos de protecção das obras pintados com tinta de spray negra.
Todos os alunos presentes no projecto puseram em prática as técnicas de guia que o professor lhes ensinou. Após a orientação da dictomia Visual/Invisual, passou-se ao desporto propriamente dito. Foram leccionadas técnicas de velocidade com o guia. Estas baseavam-se em:
·         Contacto físico com o guia, como a técnica de guia;
·         O toque do invisual com o guia (Ex: braço com braço);
·         A transmissão de sons que orientassem o atleta nas pistas;
·         O uso de pulseiras.
Todos os alunos gostaram da actividade, foi uma aula como nunca haviam tido e bastante interactiva.
Cumprimos um dos objectivos no nosso projecto:
“Os cegos não são assim tão diferentes de nós.”



sexta-feira, 6 de maio de 2011

Exposição Interactiva



Foi na passada terça-feira, dia 3 de Maio, que se realizou a nossa Exposição interactiva sobre a Cegueira, na Sala de Alunos, entre as 13.30h e as 16h.
Contámos com o apoio da ACAPO e da sua loja, UEST que trouxeram os mais diversificados materiais do dia-a-dia das pessoas com deficiência visual, a fim de mostrar à comunidade escolar a sua realidade.
Este é um dos nossos principais objectivos e pensamos que foi cumprido, na medida em que a actividade em si mesmo foi apelativa e através disso conseguimos mostrar e ensinar e, talvez, mudar a opinião da comunidade relativamente às pessoas com deficiência visual. Isto é, com os objectos que estavam expostos foi possível demonstrar, mais uma vez, que são pessoas independentes e são eles que conduzem a sua própria vida.
Assim, achamos que a nossa actividade foi um sucesso, uma vez que a comunidade aderiu autonomamente, conseguimos pôr em prática os nossos objectivos e ainda transmitir conhecimentos.








quinta-feira, 28 de abril de 2011

Será que os cegos são diferentes de nós?

            Todos os dias passamos por alguém com um certo tipo de deficiência, motora, auditiva, mental, visual, e pensamos, mesmo que inconscientemente e sem intenção de ofender, pelo menos a maioria de nós, que é um “coitado”, pois não pode exercer tal função.
Porém esse pensamento é completamente errado, não é um “pobrezinho”, mas sim uma pessoa portadora de uma deficiência, que pode não conseguir executar determinada tarefa, conseguindo outra, que nós, que o inferiorizamos, ainda que involuntariamente, somos incapazes de praticar. Isto acontece em todos os seres humanos, somos todos diferentes, ninguém tem as mesmas capacidades, portanto, logo aqui, não podemos criar uma barreira entre cego e “pessoa que consegue ver”.
Do inglês vem a expressão “what doesn’t kill you makes you stronger” (o que não te mata, torna-te mais forte). A cegueira não mata, somente permite ter uma percepção do mundo diferente, através de outros sentidos. É claro que não é um processo de adaptação fácil e rápido, todavia acreditamos que não é o fim, é possível continuar a viver depois da cegueira.
O ser humano é uma espécie que teve de lutar para ganhar o seu papel no mundo, teve de ultrapassar incontáveis adversidades, a fim de se tornar o que é hoje. Assim como todos nós, cada dia que passa temos de enfrentar algo que circula numa corrente contrária à nossa. O mesmo se passa com pessoas portadoras de deficiência visual, todas as horas, todos os minutos lidam com a cegueira, enfrentam a maré. Mais uma vez, não pode haver distinção entre cego e o outro, somos todos seres humanos. E é próprio da nossa espécie enfrentar as guerras do dia-a-dia.
Lidamos com problemas na economia, falta de emprego, IVA, etc., são problemas que nos afectam a todos, sem excepção. Nem estas dificuldades fazem distinção entre pessoas portadoras de deficiências e o resto da população, então porque é que nós, seres humanos o fazemos?
Nem mesmo em termos de mobilidade pode existir uma grande linha de separação. É um facto que não podem conduzir um veículo, contudo andar na rua de forma independente, nos transportes públicos é possível, com algum trabalho e hábito.
Em suma, defendemos que cegos e “pessoas que vêem” não são diferentes. Somos todos seres humanos, com capacidades e defeitos em diversos aspectos, não havendo razão para se separar em “uns” e “outros”, constituem todos um “nós”.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Desenvolvimentos para Cura da Cegueira

Em resposta a um comentário que nos perguntava sobre curas para a cegueira, decidimos criar um artigo sobre alguns desenvolvimentos a esse respeito. Este resulta de algumas pesquisas que fizemos sobre desenvolvimentos a nível tecnológico e médico, porém nós apenas podemos informar e aconselhamos vivamente a consulta de um médico especializado, pois saberá melhor que ninguém o tratamento que se deve efectuar e se o mesmo é possível.
A utilização de cada procedimento depende, de múltiplas razões, como a causa que originou a cegueira e é possível que ainda sejam necessários alguns anos de aperfeiçoamento até que a sua utilização se generalize.
Assim, eis alguns exemplos de terapias que encontramos:

Lente de contacto cura a cegueira

As células-tronco são a grande esperança da medicina - sua capacidade de regenerar qualquer tecido do corpo promete curas incríveis. E elas acabam de operar seu primeiro milagre: fazer os cegos voltar a ver. Cientistas australianos desenvolveram uma lente de contacto especial, que é revestida de células-tronco e consegue recuperar a visão de pessoas com problemas na córnea (a camada mais externa do olho), renitite pigmentosa, que faz com que as células da córnea morram prematuramente. A doença danifica os fotorreceptores, as células da retina que transformam a luz em sinais eléctricos, que são transmitidos ao cérebro por meio do nervo óptico. Esses danos deixam milhões de pessoas no mundo inteiro com perdas visuais e cegueira.
 Alguns dias depois da lente ser colocada, as células-tronco começam a migrar para o olho, onde substituem as células da córnea e fazem a pessoa recuperar a visão.
O procedimento foi testado em 3 pacientes com deficiência visual, que estavam na fila para receber transplantes de córnea. E os resultados foram incríveis. Dois dos pacientes tornaram-se capazes de ler, e o terceiro pôde até voltar a conduzir. Como as células-tronco são retiradas do olho do próprio paciente, não há risco de rejeição - 18 meses após o tratamento, houve qualquer complicação.
Ainda se encontra em fase de teste, mas a sua simplicidade de aplicação traz esperanças para a sua aplicação a muitos hospitais.


Pigmentos de Espinafres

                Cientistas do Oak Ridge National Laboratories, no Tennessee, Estados Unidos, desenvolveram uma técnica para retirar do espinafre alguns pigmentos que absorvem luz, para em seguida colocá-los nas células nervosas da retina.
As experiências iniciais comprovam que o pigmento fotossensível do espinafre faz com que as células nervosas voltem a reagir na presença de luz.
Esse pode ser um caminho para doenças degenerativas da retina, como a Retinose Pigmentar e a degeneração da mácula (perda de visão no centro do campo), que estão entre as causas mais comuns de cegueira no mundo.
Entretanto, algumas ressalvas devem ser feitas. Ainda que o implante resulte, não é possível saber por quanto tempo irão durar, nem danificam as células nervosas. Além disso, a qualidade da visão também pode ser que não fique boa. Os pacientes podem acabar desenvolvendo uma visão parcial ou daltónica.
Contudo, os pesquisadores consideram que o procedimento fornece uma via mais fácil do que os implantes electrónicos.
Estudos anteriores comprovam que é possível restaurar a visão com o estímulo eléctricos das células nervosas, só não se sabe como fazer isso, se com pigmentos do espinafre ou com aparelhos de última geração.

Mais informações:

Fármaco



Um grupo de investigadores da Universidade de Coimbra identificou mecanismos de morte celular que desenvolvem a retinopatia diabética, doença que é a principal causa de cegueira a nível mundial na população adulta. A descoberta abre caminho ao desenvolvimento de um novo fármaco para impedir os problemas de visão causados pela diabetes, e travar esta doença neurodegenerativa antes de se revelar, revelou à Lusa o coordenador da investigação, Paulo Santos.
"Esta descoberta representa um novo paradigma para esta área da medicina porque, até aqui, era assente que os danos na visão provocados pela diabetes se deviam única e exclusivamente a alterações vasculares no vaso da retina", refere uma nota de imprensa da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).
A investigação, financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, prova que o fenómeno da morte de neurónios e consequentes problemas de visão provocados pela diabetes é muito anterior às alterações nos vasos da retina, acrescenta. "A doença perturba o funcionamento do ATP (a molécula que fornece energia e que funciona como neurotransmissor), o que gera a libertação de uma substância nociva responsável pela morte dos neurónios", explicou Paulo Santos, docente do Departamento de Zoologia da FCTUC.
Ao descobrir e identificar os mecanismos "é agora possível desenvolver uma molécula capaz de bloquear a libertação dessa substância responsável pela morte das células, ou, em caso de libertação, anular a sua acção, sendo possível evitar ou retardar a perda das capacidades visuais dos diabéticos". A metodologia aplicada na investigação, desenvolvida ao longo dos últimos três anos, envolveu testes in vivo (em modelos animais) e in vitro. Os investigadores induziram a diabetes, isolaram a retina e estudaram todo o complexo processo até à morte dos neurónios.
"Esta pode ser uma das vias a utilizar para travar a propagação da doença. É uma porta que se abre", referiu o investigador à agência Lusa, salientando que se trata de uma patologia que é a principal causa de cegueira na população adulta mundial, e muito incapacitante mesmo que não chegue ao nível extremo. Em Portugal há cerca de 500 mil diabéticos, e a maioria deles desenvolvem a retinopatia diabética.

Fonte: Lusa

quinta-feira, 3 de março de 2011

Técnicas de Guia

Por vezes, cegos necessitam de ajuda no exterior, por diversas razões, como desconhecimento do local, tem-se perdido, existirem obstáculos no caminho etc., por tanto é necessário sabermos como ajudar, tendo em conta as suas dificuldades. É com esse intuito que publicamos este post sobre as técnicas de guia, isto é, a pessoa portadora de deficiência visual dirigida por outra que consegue ver.
Existem, fundamentalmente, três: troca de lado, passagem estreita e subir e descer escadas, que passaremos a explicar. Em todas, o invisual deve segurar no braço do guia, pelo no cotovelo, ombro ou mesmo.

Troca de Lado


1.       Permitira à pessoa com deficiência visual mudar de lado por preferência pessoal, razões sociais ou por conforto e tranquilidade, quando enfrentar situações do meio ambiente.
2.       O guia ou a pessoa com deficiência fornece uma pista verbal para a mudança de lado.
3.       Com a mão livre, a pessoa segura, posicionando-se a um passo atrás dele.
4.       Solta a primeira-mão, ele rastreia as costas do guia até encontrar o braço do outro lado.
5.       Faz a troca de lado, retomando a posição básica.

Passagem Estreita


1.       Permitir a passagem, de forma cómoda, quando não é possível manter a posição básica, devido à falta de espaço para o guia e o acompanhante se posicionarem lado a lado.
2.       O guia dá uma pista verbal ou cinestésica da passagem estreita. A pessoa com deficiência visual também pode pressentir a necessidade de tomar a posição de passagem estreita antes do guia avisar.
3.       A pessoa estende o braço e se posiciona atrás do guia, formando coluna (fila) com o mesmo.
4.       Ao fim da passagem estreita, a pessoa reassume a posição básica. Dependendo da situação, a pessoa deve ficar ao lado do guia, formando fileira, e andar lateralmente.

Subir e Descer Escadas

Subida e descida de escadas

1.       Permitir à pessoa com deficiência visual e ao guia subir e descer escadas com segurança, eficiência e adequação.
2.       A posição adoptada para subir e descer é a básica. Nessa condição, a pessoa com deficiência visual sempre estará um degrau atrás do guia, o que favorecerá a interpretação das pistas cinestésicas quando sobe ou desce os degraus.
3.       Ao iniciar a subida ou descida de escadas, uma breve pausa do guia, em frente ao primeiro degrau, será suficiente para que a pessoa que o acompanha faça o deslize do pé para encontrar o degrau e se posicionar.
4.       Uma breve pausa do guia também deve funcionar como pista no final das subidas e descidas e em patamares.
5.       Se a escada possuir corrimão, a pessoa com deficiência visual deve ter preferência de uso.

Estas informações sobre as técnicas de guia foram-nos fornecidas pela Cristina Almeida, técnica de reabilitação da ACAPO.

Ecolocalização



Também chamado por biosonar, a eco localização é um sentido, uma capacidade biológica de detectar a posição dos objectos, assim como a sua distância, através da emissão de ondas ultra-sónicas, no ar ou na água, e da análise do tempo gasto para essas ondas serem emitidas, reflectirem no alvo e voltarem à fonte de emissão das ondas sobre a forma de eco.
Esta capacidade é muito utilizada por diversos mamíferos, como o golfinho, baleias e morcegos, em que é de importância crucial em condições onde a visão é insuficiente. No caso dos morcegos devido à noite e às águas escuras ou turvas para os golfinhos, para que possa ser feita de forma sucedida a captura de presas.
Neste caso, o de Ben Underwood, a eco localização foi um processo adquirido por ele próprio, isto devido a ter perdido a visão desde muito novo e, por isso, tendo conseguido desenvolver esta capacidade. Mas em condições normais, o ser humano, não possui esta capacidade. Ben foi uma das raras excepções.



quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Novas Tecnologias para Cegos

Hoje em dia, a tecnologia tem sido uma bênção para superar certas dificuldades e ajudar a vida quotidiana a tornar-se mais simples. Por isso mesmo, vamos mostrar neste post uma série de objectos recentes que permitem a pessoa com deficiência visual a levar uma vida mais independente.

Luva falante


             Para ajudar na localização e a identificação de objectos uma equipa de cientistas americanos trabalha há uns anos numa luva que pode reconhecer diversos produtos e que identifica em alta-voz o objecto com que entra em contacto. Cada objecto foi previamente marcado e associado a um ficheiro áudio com o seu nome.


Bengala Electrónica



O aparelho emite um sinal sonoro quando detecta obstáculos a sua frente, quanto maior for a proximidade, maior a frequência dos sinais. A bengala, quando testada, mostrou ser segura.
Actualmente é comercializada a 115€, mas estão a ser estudadas propostas para redução dos custos.
Características da Bengala:
- Possui um módulo central e dois sensores para cor de distância, que albergam os botões de comando que identificam os obstáculos e as cores;
- Os sensores são ultra-sónicos, ou seja, o aparelho emite ondas, não audíveis para humanos, quando detecta um obstáculo, que pode atrapalhar o movimento do seu utilizador;
- Emite raios luminosos com as cores primárias para determinar a cor do objecto à sua frente com base na cor reflectida
-Tem também botões com legenda em Braille;
- Identifica qualquer obstáculo como buracos, postes ou árvores;
- Tamanho é idêntico ao de um telefone comum, sendo possível diminuído ainda mais;

Sensores

Estes aparelhos, desenvolvidos pelo oftalmologista e professor de faculdade de medicina, Leonardo Gontijo, têm o propósito de possibilitar invisuais a movimentarem-se sozinhos sem auxílio da bengala.
Os sensores são presos aos joelhos, peito e cintura que vibram ao detectar objectos a 1,5m de distância, aumentando a intensidade com a proximidade.
Os sensores ainda não se encontram disponíveis para venda nem existe uma estimativa para o preço, pois ainda se encontra em fase de testes.